segunda-feira, 15 de abril de 2013

Detalhes

Ainda da primeira parede porque em breve virão outras. Gostei da brincadeira.








sexta-feira, 12 de abril de 2013

Então

 
Então eu e a Heloísa Franco, depois de muitas conversas, reflexões, reuniões, jantinhas, bate papo, resolvemos botar as idéias em prática e "atacar" a parede propriamente dita. Não sabíamos quanto tempo levaríamos para fazer o que pensamos, ainda mais porque decidimos utilizar técnicas diferentes do grafite pois não dominamos esta. Também não sabíamos quanto tempo o trabalho ficaria exposto até que alguém intervisse nele. O desenho nasceu de anseios nossos e de pesquisa já desenvolvida pela Helô há muito tempo mais minha pesquisa anterior e recente sobre arte rupestre, paredes, etc. Utilizamos material disponível então a assemblage e colagem nos pareceram o melhor caminho. O lagarto da Helô é de chitão porque também fazem parte do trabalho de pesquisa dela as festas e manifestações populares brasileiras. Eu escolhi a pele sintética e jeans porque acreditei ter mais a ver comigo e minhas recentes ecavações arqueológicas pessoais. Por isto também um fóssil híbrido.
Importante dizer que a interferência na parede/muro está devidamente autorizada pelo proprietário, questão de respeito e profissionalismo.
Onde está isso? Na Loureiro da Silva, 1520 em Porto Alegre.

O Fóssil










O Lagarto








 

 

Desenhando









Preparando






 

Caracter Derivado Urbano

A paixão por paredes parece ser ancestral, por isso venho pensando sobre o assunto e escrevendo sobre isso desde outubro do ano passado. Só demorei bastante para expressar tanto no blog quanto na parede propriamente dita (tenho meu tempo de gestação de coisas/idéias/expressão). Mas o que penso é o seguinte:
Possuímos um impulso expressivo primordial, um anseio humano ancestral de lançar imagens à parede, de lançar linguagem à parede. Conforme a sistemática filogenética, a classificação de espécie é efetuada  pelas diferenças, pelas inovações evolutivas que agrupam determinados seres; pelo conjunto evolutivo de novidades compartilhadas que definem um grupo.
O que distingue ancestralmente os hominídeos dos primatas é a necessidade de registrar e classificar experiências; esta seria a novidade evolutiva que caracterizou a nova espécie. O caracter derivado que define a espécie hominídeo.
A parede das cavernas foi utilizada nos primórdios da humanidade em pinturas rupestres que registravam o cotidiano humano. Ainda hoje temos esta necessidade de registrar nosso cotidiano e a parede ainda nos traz um chamamento antigo. Em algum lugar de nosso inconsciente ainda ansiamos por riscar as paredes e muros tão presentes em nosso meio urbano.
Quem não tem em sua memória afetiva a vontade de criança, realizada ou não, de riscar/pintar uma parede?